AGENTES EDUCACIONAIS - AUXILIARES DE CRECHE SOLICITAÇÃO DE REDUÇÃO DE CARGA HORÁRIA - DE 40 HORAS PARA 30 HORAS SEMANAIS SEM ÔNUS SALARIAL.
Os abaixo-assinados, brasileiros, residentes e domiciliados na cidade de Bauru, estado de São Paulo, solicitam a redução de carga horária de 40 horas semanais, para 30 horas semanais ao cargo de Agente Educacional - Auxiliar de Creche.
Justifica-se para tal, que trabalhamos diretamente com crianças de 0 a 5 anos, com carga horária de 40 horas semanais, desempenhando nossas funções nas diversas fases da Educação Infantil, atuando e auxiliando o professor no processo de ensino-aprendizagem.
Trabalhamos por oito horas diárias, uma carga horária extensa que acarreta diversos níveis de estresse e complicações de saúde, prejudicando não só o andamento do próprio trabalho, como também toda a rotina da Unidade Escolar, que tem que se adequar com as várias lacunas em seu cotidiano, seja por afastamentos ou até mesmo por desistência do cargo.
A rotina é desgastante, devido as numerosas atribuições pertinentes ao cargo, pois, mesmo quando os alunos estão com o professor, realizamos outros tipos de serviços na Unidade Escolar.
Observamos que as salas estão cada vez mais lotadas, inclusive o Infantil e Infantil I (berçários) onde atuamos diretamente com bebês matriculados pela Secretaria de educação a partir de quatro meses, o que demanda mais cuidados pela fragilidade e consequentemente um alto nível de estresse dos profissionais, onde também temos que lidar com os déficits e falta constantes de funcionários. Lembrando que também ficamos no horário de descanso das crianças (soninho), onde há falta de pessoal para ajudar, sobrecarregando ainda mais, além da superlotação nos mesmos, pois a maioria das crianças matriculadas são de período integral.
E ainda, não temos direito ao recesso escolar, sendo esses em julho e dezembro, onde a grande demanda de alunos do período integral ficam sob nossa responsabilidade, pois a equipe de professores e gestão não ficam nesse período.
O resultado da soma de todas as sobrecargas físicas e psicológicas, é um alto número de afastamentos, devido ao estresse que vivemos diariamente, além da sobrecarga nos segmentos corporais, pois pegamos as crianças no colo durante toda a jornada. E as eventuais patologias que adquirimos no exercício do trabalho, como viroses, doenças respiratórias, estomatite, síndrome (mão, pé e boca), conjuntivite e tudo mais que o contato com as crianças possa transmitir.
Isso quando não sofremos readaptações para outras funções, porque simplesmente não conseguimos mais trabalhar na área em razão de diversos problemas de saúde, que enfrentamos ao longo da vida profissional.
Justificamos também, que segundo a LDB/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e o PNE/2001 (Plano Nacional de Educação), as creches deixaram de ter um caráter assistencialista e passaram a ser consideradas a primeira etapa da educação básica. Sendo assim, somos peças fundamentais no desenvolvimento das crianças sob nossa responsabilidade, principalmente no Infantil e Infantil I que não tem professores atuando no município de Bauru, somos nós que estimulamos os bebês nessa fase da educação infantil.
Sabemos que a primeira infância é decisiva no desenvolvimento da arquitetura cerebral e na formação da pessoa. Portanto, experiências positivas nos relacionamentos, no ambiente educacional e nas oportunidades de aprendizagem, influenciam toda a vida futura.
Pesquisas recentes, Nacionais e Internacionais, comprovam que crianças atendidas em “creches” de qualidade, mostram maior desenvolvimento intelectual e social logo nas primeiras séries.
Por outro lado, problemas graves nessa fase podem influenciar negativamente ao longo da vida e causar sérios prejuízos, chegando a comprometer o desenvolvimento da criança.
Por isso, é de extrema importância que a educação infantil, conte com profissionais que possam desempenhar suas atribuições da melhor maneira possível. Sendo assim, é essencial que haja valorização e melhores condições de trabalho para os mesmos.
Para tanto, algumas prefeituras já obtiveram mudanças em sua carga horária, tanto para o melhor atendimento e desenvolvimento das crianças, quanto para a saúde física e psicológica dos profissionais atuantes, pois, perceberam que o alto nível de estresse e sobrecarga articular, gera ônus para a prefeitura e perda de qualidade no desempenho do trabalho.
Prefeituras como a de Agudos, Boituva, Paraguaçu Paulista, Guaianazes, Sorocaba, Campinas, Porto Feliz, São Paulo, Rio de Janeiro e outras mais, obtiveram redução da carga horária para 30 horas semanais, e mostram o quanto o nosso argumento é pertinente e que a situação atual das auxiliares de creche está mudando, devido as adequações da LDB e PNE onde a educação infantil se enquadra na primeira etapa da educação básica, e seus profissionais são autores e coautores dessa educação.
Certos de que os Senhores, saberão entender as necessidades dos funcionários e crianças do município, os abaixo-assinados solicitam imediatas providências, destinadas à redução de carga horária para 6 horas diárias e 30 horas semanais, sem onerar os salários e demais benefícios já adquiridos, para que possam estes profissionais cuidar, educar e zelar pelo bem-estar das crianças que atualmente são atendidas.
Em razão de toda a argumentação e veracidade expostas acima, solicitamos o máximo empenho para efetuar os encaminhamentos necessários.
Agente educacional- auxiliar de creche. Contactar o autor da petição