Contra os Micrões em Aracaju

Aracaju hoje possui um péssimo sistema de transporte público. Temos hoje alguns terminais
que fazem a integração do sistema de transporte e, muitos deles, há muito,
são pequenos e insuficientes para demanda de ônibus que neles trafega. A
quantidade de veículos também se mostra mínima quando analisamos o grande
número de pssoas que precisam do transporte público em Aracaju e região
metropolitana. O estado de conservação de grande parte dos veículos há muito
tem deixado a desejar. Por conta desses fatores, temos as consequências que
vivenciamos na prática: Ônibus e terminais super lotados, ônibus quebrando
enquanto transportam passageiros, portas de ônibus que sequer fecham por
completo...

Neste contexto já caótico, a viação Modelo decidiu renovar parte da frota.
Algumas linhas (Circular Shopping 02, Beira Mar, Rio Mar - Dia, Campus –
Hospital Universitário) tiveram seus veículos subsituídos por ônibus novos
com as seguintes características: um pouco mais curto, mais baixo, com
apenas uma porta traseira, sem cobrador e (nos que tem) apenas uma cadeira
anterior à catraca.

Analisaremos então cada uma dessas características e seus efeitos:

Menor área: O ônibus, por ser mais curto, comporta menos passageiros com
conforto. Consideremos que todas as linhas são subservidas em relação à
quantidade de veículos e que os veículos destas linhas vivem cheios. Na
prática, a quantidade de passageiros não diminuiu, o que acarreta um
amontoado ainda maior de passageiros por metro quadrado.

Mais baixo: recebi um
comentário<http://busuemaracaju.blogspot.com/2011/05/sera-mesmo-smttaju.html>no
blog essa semana de uma leitora que presenciou um rapaz viajar em um
CS-02 com a cabeça baixa o tempo todo por não ter espaço suficiente a ponto
de poder esticar o pescoço; Essa mesma leitora dizia que na mesma viagem uma
gestante viajava no degrau por não ter onde sentar.

Apenas uma porta traseira: o maior fluxo de pessoas pelas portas dos ônibus
se dá nos termianis, onde tal fluxo ocorre extamente pelas portas traseiras.
Em Aracaju, não há o costume de formar filas para embarcar nos ônibus. Com
apenas uma porta para embarque e desembarque nos terminais, esse processo se
torna ainda mais lento.

Uma cadeira anterior à catraca: no post
<http://busuemaracaju.blogspot.com/2011/05/foto-denuncia-2.html>que escrevi
sobre esse tipo de ônibus no blog, há duas fotos onde, na frente do ônibus,
uma gestante viaja sentada na única cadeira e dois idosos tentam se segurar
durante a viagem, por não haver lugar para sentar.

Inexistência de cobrador: esse, eu considero o pior dos fatos. A única
justificativa para retirar o cobrador dos ônibus é o aumento do lucro. No
entanto, enquanto o motorista faz também esse papel, além de guiar o ônibus,
a população é exposta a riscos. Motoristas têm de receber dinheiro, passar o
troco e liberar catraca. Já presenciei motoristas arrastando o ônibus,
dirigindo com apenas uma mão, enquanto que com a outra, procurava umas
moedas para passar o troco. Com o atraso provocado pela sobrecarga do
motorista, estes têm de aumentar a velocidade para cumprir o horário
estabelecido pelas empresas. Com isso, o risco de acidentes aumenta mais uma
vez. Além disso, um ônibus com cobrador, proporciona ao motorista um apoio
para agir em situações como esta.

Concluindo, para a população, pelo que vivencio na prática ao pegar ônibus
deste modelo, as mudanças nem de longe foram benéficas. São várias as
queixas que ouvimos. Resta saber o que levou a viação modelo a adotar esse
modelo em linhas tão cheias como as citadas.


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