Criar é preservar!


Convidado

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2014-06-19 18:33

É necessária uma nova visão da gestão ambiental e da fauna Brasileira

É necessária uma nova visão da gestão ambiental e da fauna Brasileira
Por: Paulo José T. Gertner (Zeca)


Não sou dono da verdade nem tão pouco capacitado para discorrer o tema com a profundidade que merece.
De modo que este texto tem o intuito não de ditar regras nem ter a pretensão de cobrir todo o assunto, mas de provocar a reflexão tão necessária para termos doravante uma nova maneira de abordarmos essa problemática comum a todos nós. Queira ou não queira o amigo que a lê!
A Fauna Nacional diz respeito a todos nós!
Antes precisamos é somar força e não dividir intelectos em lados opostos de uma mesma mesa, pois somos todos passageiros na mesma viagem! Não dá para dizer ao motorista para parar o Mundo que queremos descer.
Adentramos ao Séc. 21, e não precisa ser nenhum especialista para ver que, estamos com sérias dificuldades de gerirmos os recursos naturais, com uma população de quase 200 milhões no Brasil e superior a 8 Bilhões de habitantes no planeta, exercendo uma pressão sem precedentes sobre o meio ambiente, na história humana na Terra!
Para citarmos apenas alguns dos desafios que temos convivido no Brasil, podemos lembrar:
1. Os baixos níveis dos reservatórios de água da região sudeste em 2014;
2. O título de Campeão Mundial de consumo de Agroquímicos;
3. Pressão sem igual sobre os recursos naturais como: Madeiras, Carvão, Minérios, Combustíveis Fósseis, Áreas férteis para produção de alimentos, Água e etc.
4. Avanço do desmatamento sobre áreas de biomas frágeis e delicados;
5. Expansão das áreas urbanas sobre o que resta do entorno verde das cidades;
6. Emissão de gases poluentes na atmosfera, gerando chuvas ácidas;
7. Extraordinária quantidade de lixo, e dejetos sanitários produzido pela dita “Sociedade moderna”;
8. Explosão demográfica, exigindo mais e mais do meio ambiente...
9. Erosão genética de nossa biodiversidade animal, perda irreparável de nossa Fauna que é um patrimônio da Humanidade, pela extinção e desaparecimento de muitas espécies dos mais variados Biomas em todas as regiões do País;
Isso para não falar de aquecimento global, buraco na camada de ozônio entre muitos e muitos outros pontos que comporiam uma extensa lista, só a respeito da problemática ambiental, sem entra em outras searas.
O que observamos como fato, é que os modelos adotados para controlar os problemas acima alistados, de modo sustentável tem se mostrado ineficientes. E ficar buscando um “Bode expiatório” para colocar a culpa nesse ou naquele, não deve ser o foco. Tivemos inúmeros encontros mundiais e acordos infrutíferos como: Rio 92, tratado de Kyoto entre outros.
Ficar na postura de crítico e de protestos radicais, nos acorrentando em tratores, ou soltando animais de laboratório, numa constante “queda de braços” não tem funcionado para mudar as coisas para melhor.
Exigindo dos Homo Sapiens, como seres pensantes a coragem de tentar algo novo e bem diferente do que se acreditava ser o caminho no Séc. 20.
Hoje vivemos em tempos de fusões, parcerias, blocos econômicos, novas ações de gestão para adequarmos recursos e forças de ação em prol de um interesse comum. Temos que ser todos nós flexíveis se queremos construir modelos novos, diferentes dos que ai estão,modelos modernos e eficazes. Pois os atuais já mostraram do que são capazes. Qualquer um honestamente tem que reconhecer isso.
Desenvolvimento social e preservação ambiental têm que andar de mãos dadas!
Isso para se enquadrar na definição de “sustentável”!
Então como conseguir isso?
Quem move o mundo? Resposta: “A prata!”
1. Então para preservarmos as nascentes de água, para não sofrermos com sua escassez, temos que além de usar melhor este bem finito, precisamos estimular um novo modo de tratar o tema. Os proprietários dos imóveis rurais não deverão somente respeitar as leis, que, diga-se de passagem, no Brasil são as mais modernas do mundo, mas que na prática não estão se mostrando eficazes. Então o que fazer? Resposta: Eles precisam ser remunerados por preservarem as nascentes. Garanta renda por essa preservação. Ai todos nós veremos quantos produtores de água vão surgir a cada ano! Cumprindo as exigências legais e fazendo ainda mais. Reflorestando matas ciliares, fazendo curvas de nível nas micro-bacias e etc. Por quê? Isso vai lhes render “A prata!”
Quem ganhará com isso? Resposta: Todos!
2. Se a produção orgânica recebesse o apoio e fosse remunerada de forma justa, perderíamos o título de Campeões Mundiais de consumo de agroquímicos. Mais e mais produtores adotariam modelos ecológicos de produção, desde que conseguissem sobreviver com este novo modo de produzir, ou seja recebesse “A prata!” por esta produção diferenciada e moderna.
Quem ganhará com isso? Resposta: Todos!
3. Se os modelos alternativos de uso de madeira, como as florestas cultivadas, e o manejo Florestal das reservas legais fossem fortalecidos com um novo modo de tratar o tema. Fazendo com que a área de reserva legal gere renda, além de cumprir a lei, com uma exploração sustentável que vai garantir ao proprietário a “A prata!”. Ele vai explorar a micro biota, colhendo mel das abelhas nesta área, pinçando madeiras que já atingiram certo diâmetro de tronco, plantando novas mudas da mesma espécie colhida, extração de fibras vegetais que se renovam ano a ano (Manejo Sustentável), permacultura e etc. Para no futuro continuar garantindo renda entre muitas outras coisas. Explorar mais os Bicombustíveis, de culturas perenes como a Palma (Dendezeiros), em áreas de pastagens degradadas da Amazônia, Mamona no Semi-Árido e não aceitar que as multinacionais nos empurrem “Goela abaixo” as monoculturas como a soja para biodiesel, que tem um pacote tecnológico de sementes patenteadas, defensivos e agroquímicos, maquinário e mercado internacional monopolizado. Sujeito a reveses econômicos, que fogem ao controle do produtor rural em detrimento de culturas perenes menos agressivas ao ambiente, flora e fauna, gerando riquezas sustentáveis. Energia solar e Eólica. Intensificar a produção na mesma área com fortalecimento e incentivo da prática da ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. Temos tecnologia Nacional gerada pela EMBRAPA e Universidades que podem triplicar nossa produção sem abrir nem um único palmo novo de terra para cultivo em detrimento de nossas matas. Tecnologias que estão represadas em meio acadêmico e não chegam ao campo. Mas para isso temos que ter coragem de ter um novo modo de tratar o tema.
Quem ganhará com isso? Resposta: Todos!
4. 5. e 6. Remunerar pela mata em pé! Como? Resposta: Credito de carbono. Ou seja, aqueles que emitem gases poluentes na atmosfera iriam pagar um valor “X” por tonelada de poluente lançado na atmosfera, que seria utilizado para remunerar aqueles que conservassem a mata em pé para reciclar estes gases. Dentro de critérios técnicos que definiriam quantos hectares de cada tipo de Bioma recicla “x” toneladas, achando-se o valor a ser ressarcido em cada bioma: Caatinga, Manguezal, Floresta, cerrado, campos e etc. Assim o proprietário garante renda: “A prata!”. Terá assim interesse de manter a vegetação local “produtiva” em reciclar gases poluentes. E não ações demagogas de se a Mata estiver em pé à área é improdutiva, e vem o MST, invade o Estado desapropria e o meio ambiente “dança”! É o que temos visto. De modo que temos de ter um novo modo de tratar o tema.
Quem ganhará com isso? Resposta: Todos!
7. e 8. Incentivo a reciclagem de papel, metais, vidros, petroquímicos, plásticos e matérias orgânicas. Construções inteligentes que reciclam e coletam água, que economizam energia e até mesmo geram parte de sua energia. Conscientização da responsabilidade de educar uma criança e os custos de tempo, sem falar nos custos materiais, emocionais e etc. Sociedade moderna com altos níveis educacionais tem menos filhos por família. E não ações demagogas de passar todo mundo de ano na escola para gerar números de combate ao analfabetismo para “gringo” ver, e incentivar filhos com “R$” de bolsa isso e/ou aquilo, pois se lembrem quem move o mundo é “A prata!”.
Quem ganhará com isso? Resposta: Todos!
Com ações corajosas de fazer as coisas de um modo novo, garantindo preservação, e ganhos sociais e econômicos, ganhamos todos!
9 Política pública de preservação de nossa Fauna!
Bom era aqui que Eu queria chegar com todo este pertinente e necessário “arrodeio”!
E chamar todos os que estão pelejando nessa labuta inglória nos últimos anos, cansados e desgastados, mas que no fundo queremos todos nós as mesmas coisas. Sejamos Docentes, Técnicos (Veterinários, Zootecnistas, Biólogos e etc.), Criadores, Ambientalistas, Juristas, Homens Públicos, Representantes de Autarquias, ONGs, Bancadas Parlamentares, Câmaras Setoriais como a PET, Empresas privadas que atuam no seguimento e etc.
Queremos o melhor para nossa Fauna e isso é o ponto em comum que devemos abraçar!
Todos nós, componentes de diversas rodas, queremos políticas públicas eficientes modernas e que não fiquem somente no papel, para que cada um de nós faça o que sabe fazer de melhor em prol da Fauna Brasileira.
Mas para conseguirmos isso, precisamos de uma restauração de animo, de mentalidade, temos que criar mecanismos novos diferentes dos que ai está que sejam de fato eficientes apesar de nossas diferenças de personalidades, estilos de vida.
Pois no fundo todos nós queremos a mesma coisa, e para conseguirmos precisamos nos aglomerar, todos nós em um só objetivo o bem estar de nossa Fauna. ONGs, Autarquias Públicas responsáveis pelo tema, Associações e Federações de Criadores, Técnicos com suas representantes entidades de classe e etc.
Precisamos acatar velhos, porém práticos conselhos como os registrados em Provérbios 15: 21 e 22 – “21A tolice é a alegria do falto de coração, mas homem de discernimento é aquele que vai diretamente para a frente. 22 Há frustração de planos quando não há palestra confidencial, mas na multidão de conselheiros há consecução.”
E nós queremos ser estes que acham esta tão almejada “Consecução” para o tema Fauna Nacional, juntos buscando este consenso, cedendo “aqui, ali e aculá”, para receber também o que almejamos em troca justa de favores! Mas sem demagogia, com critérios técnicos e legais.
Queremos conseguir juntos todos nós com discernimento seguir adiante a frente, tendo a disposição de fazer um novo modo de tratar o tema.
Quem ganhará com isso? Resposta: Todos!
Assim como os diversos problemas citados no início deste texto, a Gestão da Fauna também tem a possibilidade de ter um modelo moderno. A Criação Legal em ambiente domesticado, não é nem deve ser a única modalidade de preservação de muitos espécimes hoje ameaçada. Mas de fato é uma das melhores ferramentas que temos e que se encontra travada a mais de 6 anos amarrada em discussões infrutíferas que já mostraram ser ineficientes. Ou passamos a ver e a fazer as coisas de um modo novo, nos unindo em uníssono, ou continuaremos: “Patinando sem sair do lugar”, “Chovendo no molhado”, “Dando murro em ponta de faca” e etc... E no fim vamos todos nós sair perdendo. Com altos custos da inexorável extinção de inúmeros espécimes.
O Brasil é um País novo, com 515 anos, rico em recursos naturais, é verdade que estão sendo muito judiados e mal cuidados! Mas somos sem medo de sermos prepotentes uma das principais potências ambientais deste Séc. 21. Então vamos parar com estas disputas infantis, com “birras” deste ou daquele ator, colocando o pé em cima e travando, os modelos novos, modernos, sustentáveis e eficientes. Tenham coragem, de fazer novo e diferente do que ai está há anos sem avanços consistentes para nossa Fauna!
E mostraremos ao mundo que no Brasil não há “Apartheid” intelectual, com “correntes antagônicas” tupiniquins!
É hora de assumirmos nosso chão, nossa Fauna, nossa brasilidade e sinergicamente equilibrarmos os interesses hoje divergentes tornando sustentável a gestão da nossa Fauna.
A atual Lista Pet, a ser assinada e publicada, nos próximos dias, que está tramitando entre IBAMA e CONAMA, que restringiu os espécimes criadas em ambiente de domesticação é um atraso e retrocesso, sem vaidades de vencidos e vencedores, mas para a perpetuação das espécimes em risco de desaparecerem,precisa ser a mais ampla quanto for possível, pois somente com a preservação e multiplicação haverá esperança. Nossos Mamíferos, Aves, Repteis, anfíbios, peixes e insetos devem como reza o item 12.3 da Política Nacional de Biodiversidade e seus subitens que o Estado deveria “APOIAR, DE FORMA INTEGRADA, A DOMESTICAÇÃO E A UTILIZAÇÃO SUSTENTÁVEL DE ESPÉCIMES NATIVAS DA FLORA, DA FAUNA E DOS MICROORGANISMOS COM POTENCIAL ECONÔMICO”. E que o Art. 6 da Lei de proteção á fauna, diz que “O PODER PÚBLICO ESTIMULARÁ A CONSTRUÇÃO DE CRIADOUROS DESTINADOS Á CRIAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES PARA FINS ECONOMICOS E INDUSTRIAIS”.
Sendo estes animais em ambiente domestico multiplicados, estaremos criando um banco de reserva estratégica de nossos espécimes, seja para pesquisa, preservação, repovoamento de áreas e/ou até mesmo comercialização como Pets.
Os beneficiados serão os próprios animais, com a lista mais ampla quanto for possível e as gerações futuras. Estas saberão que homens de coragem, anônimos, foram enfáticos e persistentes em contra argumentar, conceitos distorcidos, que só podem interessar a forças ocultas com interesse egoístas em detrimento de nossa Fauna. Ações impostas por abuso de poder e improbidade administrativa, recheados de vaidades, de não ceder ao bom senso para não dar “o braço a torcer”, reconhecendo humildemente que errou outrora, perdendo a chance de ser corajoso e fazer as coisas de um modo novo e moderno! Ampliando a lista ou até mesmo não publicando uma lista do que pode ser criado, mas antes uma do que não pode, ficando a criação permitida, desde que legalmente conduzida. Sendo a melhor forma de combate ao trafico e captura da natureza, que é crime!
Por somarmos forças, podemos todos juntos tornar o Brasil referencia mundial em uma gestão da fauna moderna. Que dá resultados reais. Termos números que irão mostrar que ao invés de diminuir nosso contingente faunístico estará aumentando. Precisamos de segurança Jurídica, com suporte legislativo e ações executivas que permitam que o setor público e os privado juntos somem forças. Nesta questão não pode ter vilão ou mocinho, mas juntos, por diferentes meios, atingiremos o fim comum tão almejado.
Concomitantemente buscaremos força política e recursos para outras ações de preservação ambiental.
Sonho em ver Homens de boa vontade dispostos a acordos na “Mesa da Távora redonda” com honra, coragem, caráter, hombridade, viabilizando as ferramentas modernas para que este sonho se concretize.
Temos a Net que pode somar forças e intelectos na rede, onde mente de diferentes rincões desse nosso Brasilsão poderá colaborar fazendo este “Manifesto da Fauna Brasileira” circular e que cada um de nós possa acionar seu representante para agir junto aos 3 poderes: Judiciário, Legislativo e Executivo.
Deixemos os 6 últimos anos para trás, e atuemos TODOS junto ao IBAMA e a CONAMA para que esta restritiva lista não seja publicada e venha a sofrer ações jurídicas que amanhã derrubada nos traga de volta a atual insegurança jurídica de criar em ambiente doméstico os animais de nossa fauna, nascidos em criação controlada e legal.
Quem ganhará com isso? Resposta: Todos!
E quem sabe os 8 Bilhões de habitantes do planeta Terra possam reconhecer o Brasil como potencia mundial de recursos naturais preservados. Que deixa como legado animais vivos para sua descendência para os encantarem com sua beleza, canto e cores. Brincando e não somente em livros e vídeos.

Atenciosamente

Paulo José Theophilo Gertner (Zeca)
Médico Veterinário CRMV - BA 2922
Celular: 73- 9139-8382-TIM
e-mail: zecagertner@gmail.com