Nota de repúdio de técnicos da UnB a matéria difamatória
Nota de esclarecimento e repudio à matéria difamatória e falsa divulgada no site “Ipê Brasília”, que sugere ação fraudulenta de servidoras técnicas administrativas da UnB em processo de consulta à reitoria.
À Comunidade Acadêmica,
Prezados(as),
Em resposta à acusação veiculada no site “Ipê Brasília”, publicada no link https://www.ipebrasilia.com.br/noticia/677/sufragio-da-unb-pode-estar-sendo-fraudado, de que servidoras técnicas investidas em cargos de confiança da Universidade de Brasília estariam agindo de maneira fraudulenta no processo de consulta à reitoria da UnB, por meio da coação de estudantes indígenas, encaminhamos os esclarecimentos que se seguem e também nosso repúdio.
Como servidoras públicas concursadas, temos plena consciência das responsabilidades que acompanham o exercício de nossas funções, expressas na Lei 8.112 do serviço público e no código de ética 1171 de 1994. Qualquer desvio à conduta esperada pelo servidor público possui mecanismos próprios para apuração dos fatos, conforme rege a legislação própria, com amplo direito à defesa e contraditório. Direitos não assegurados quando da exposição pública de agentes públicos no exercício de suas funções.
Como agentes transformadores do Estado, os servidores públicos precisam ser capazes de respeitar e informar a população universitária com foco na cidadania, seguindo os princípios constitucionais, observando as diferenças e a diversidade, em diferentes contextos e sob diversos comandos.
A responsabilidade no exercício da função pública vai muito além de cargos e opções políticas internas ou externas à UnB.
Desse modo, a Coordenação Indígena, vinculada à Diretoria da Diversidade dentro do Decanato de Assuntos Comunitários tem buscado acompanhar e orientar a seu público-alvo em todos os seus aspectos, sócio assistenciais e psicopedagógico conforme prevê a Resolução CEPE 048/2013 que rege a Diretoria da Diversidade e suas coordenações.
Além de colocar em dúvida a postura e credibilidade de agentes públicos da Universidade de Brasília, as acusações veiculadas pelo site “Ipê Brasília” também compartilham de uma visão racista na relação entre o Estado e os povos indígenas, em que eles aparecem como tutelados e de fácil manipulação. Visão esta que precisa ser superada, em especial depois dos avanços alcançados com a Constituição de 1988.
O direito de votar seja ele de forma virtual ou presencial é uma conquista do povo brasileiro em especial de mulheres, indígenas, e demais setores da comunidade que por diversos motivos são ainda vistos como populações vulneráveis. Em nenhum momento a população indígena deixaria de exercer esse direito. Quem acompanhou o processo eleitoral pôde verificar o engajamento deles no processo democrático, seus posicionamentos junto aos candidatos e reivindicações para permanência da presença indígena com qualidade nesta Instituição.
Repudiamos aqueles que, com interesses escusos, lançam mão de estratégias difamatórias e manipulam informações para interferir no processo democrático.
No atual contexto histórico, em que paira sobre nossa sociedade a falta de confiança na ciência e na seriedade das universidades públicas, é lamentável que tenhamos pessoas dentro da nossa comunidade, com apoio da imprensa, que se prestam ao papel de colocar em xeque nossa idoneidade e respeito ao processo democrático.
A apropriação indevida de um diálogo por WhatsApp, fora do contexto, revela a falta de escrúpulos de alguns atores envolvidos na disputa pela reitoria. A conversa, usada para sugerir fraude por meio da coação de estudantes indígenas, referia-se à troca de informações entre técnicas-administrativas que buscavam prestar apoio aos estudantes, reproduzindo orientações gerais da própria Comissão de Organização da Consulta (COC), para garantir o exercício do direito de estudantes indígenas de aqui estar e participar de todo o processo acadêmico.
As acusações atingem, entretanto, não apenas à duas servidoras públicas e ao conjunto de estudantes indígenas, mas à Instituição, que segue firme na defesa da Universidade pública, gratuita e alinhada com seus preceitos éticos e constitucionais.
Pelos prejuízos causados à imagem das servidoras que tiveram seus nomes expostos sem direito à defesa, à idoneidade da estrutura administrativa da Universidade e seu processo eleitoral, além da disseminação de uma visão racista com relação aos povos indígenas, exigimos retratação pública do site “Ipê Brasília”.
Subscrevem esta nota, o(a)s técnica(o)s-administrativa(o)s:
Claudia Regina Nunes Renault – DIV/DAC
Brenda Oliveira Kelly – DEAC/DAC
Alessandra D'Aqui Velloso – DIV/DAC
Aline Lepinsk Romio e Silva CPCE/UnBTV
Edicarlos Gomes de Sousa - EPR/FT
Fabiana Oliveira Machado - DEX
Jackson Raymundo - DPG
Jessica Gillian
Juliângela Damaso – DTE
Katia Rejane Liberal Silva - CAES
Lucia Maria Evangelista - HUB
Marcia Abreu da Silva
Morgana Rodrigues Ribeiro – IL
Rigeldo Lima/HUB
Silvano da Silva Pereira, Parque Científico e Tecnológico, PCTec
Susana Xavier - DIV/DAC
Thayse Natalia Cantanhede Santos - BCE
Valdeci da Silva Reis - PRC
Valmor Pazos - FAU
Wilson Ramos Samarcos - PRC
Claudia Regina Nunes Renault e Brenda Oliveira Kelly Contactar o autor da petição