Paz e Respeito às Famílias

Dr. Marco Polo Del Nero,

DD. Presidente da Federação Paulista de Futebol.

 

Vimos, por meio desta, elogiar o significativo, corajoso e importante slogan apresentado no site da Federação Paulista de Futebol (F.P.F.), renomada instituição, segundo o qual o “Futebol é Família[1].

Realmente – ao contrário do que pregam algumas ideologias incensadas por certa mídia – a família é a base de todas as sociedades bem constituídas desde os primórdios da civilização, conforme asseveram documentações apresentadas especialmente pelos antropólogos e etnólogo da Escola Ántropos, de Viena (Áustria)[2].

Ora, se, no Brasil, existe um grande medo de se dirigir a um estádio para assistir a eventos futebolísticos, muito mais temor há de se levar até ele a família. Pesquisas mostram que “Por medo, só 1% do Brasil vai a estádio”. E mais: ao contrário dos que reclamam da falta de conforto, dos horários dos jogos ou do preço dos ingressos[3], o que realmente afasta 79% dos bons torcedores dos estádios é a falta de segurança ou a violência presente neles ou fora deles, nos trajetos de ida ou de volta[4].

Ora, Dr. Marco Polo, sabemos que o nosso povo brasileiro é de índole pacífica e infenso a violências e xingamentos[5], pois, pelo seu forte lado cordial e religioso, entendem que os cantos obscenos ofendem a Deus e ao semelhante instigando, por hétero-sugestão[6], a violência real – pois simbólica já é – entre os torcedores, especialmente adolescentes e jovens mais suscetíveis aos apelos externos[7].

Portanto, se o “Futebol é Família”, pedimos que, em coerência com o lema adotado, a F.P.F. tudo faça, dentro da lei e da ordem, para banir verdadeiramente das arquibancadas os cantos que, em vez de apoiarem o clube do coração, patrocinam a violência, alimentam um ambiente de baixaria, ofendem a Deus e às pessoas de bem e, por conseguinte, afastam as FAMÍLIAS.

Lute, Sr. Presidente, com o mesmo empenho que V. Sra. tem demonstrado ao banir torcedores rebeldes, para que as letras estúpidas e suscitadoras de violência desapareçam dos estádios paulistas e sejam exemplarmente punidos os que as cantam[8]. Daí, teremos, com certeza, um ambiente realmente sadio e familiar.

É de se lembrar que nossa Carta Magna salvaguarda o direito ao lazer (Art. 6º), mas, com letras obscenas e instigadoras de violência, os estádios tornam-se recintos nada recomendáveis às nossas famílias. Chegam mesmo a ser, sem exageros, locais contrários à FAMÍLIA pelas razões atrás expostas e bem fundamentadas.

Certos, pois, de sua atenção e de seu pronto atendimento ao clamor da opinião pública que ama o futebol paulista e, na coerência com o slogan da Federação, segundo o qual “Futebol é Família”, subscrevemo-nos,

 

 

Vanderlei de Lima                          Felipe B. Tobar                     Hermenegildo Cappatti

  Proj. Toppaz                       Procurador de Justiça Desportiva           Advogado

 



[1] Site oficial da F.P.F. consultado em 14/02/12.

[2] SCHMIDT, W. Ursprung der Gottesidee, 9 vol. Müster, 1912-1949, apud BETTENCOURT, Estevão. Revista Pergunte e Responderemos n. 255, março-abril de 1981, p. 102.

[3] http://www.organizadasbrasil.com/noticia/CONATORG-realizou-reuniao-com-torcidas-do-Interior-em-Ribeirao-Preto-2079.html

[4] Lance!, 18/08/10, p. 27.

[5] OLIVEIRA, Plínio C. Sou católico, posso ser contra a reforma agrária. São Paulo: Vera Cruz, 1981, p. 57-61. O Estado de S. Paulo, 20/10/11, p. C4

[6] BETTENCOURT, Estevão T. Curso sobre Ocultismo. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 1990, p. 7-10.

[7] PARREIRA, Vera Lúcia C. Psicologia do desenvolvimento: aspectos evolutivos. Batatais: Claretiano, 2006, p. 53-60.


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