Titulação do Quilombo

O Quilombo Urbano do Alto do Tororó, em São Tomé de Paripe, Subúrbio Ferroviário de Salvador, existe há mais de 400 anos e foi formado originalmente por negros escravizados em processo de resistência – quilombolas, que tinham a pesca como elemento de subsistência. Após a abolição da escravatura passaram a pescar e vender o peixe para os senhores de engenho e continuaram habitando o local. Hoje, os descendentes destes quilombolas sobrevivem basicamente da pesca, do extrativismo e do artesanato.

Entre os quilombos inseridos em capitais dos estados brasileiros, o Quilombo do Alto do Tororó destaca-se enquanto uma das poucos comunidades que para além de ser quilombola é extrativista, pesqueira e de terreiro, firmando esta comunidade com uma plena comunidade tradicional.

Contudo, um fato na década de 1940 mudou a dinâmica de vida desta comunidade: o estabelecimento de uma base americana na localidade de Ponta de Areia, a 6 km do Quilombo do Alto do Tororó, e que anos depois seria passada para Marinha de Guerra do Brasil, fez com que a comunidade vivesse a triste experiência de ver a Marinha desapropriar todas as terras no entorno do quilombo e aos poucos se apossar das terras da comunidade, reduzindo o território do Alto do Tororó a quase nada.

Entretanto, este quadro é amenizado, depois de muita luta das lideranças da comunidade que dão um primeiro passo importante na conquista de seu direito ao território, com a finalização da primeira etapa do processo de reconhecimento como Remanescente de Quilombo (Certificado de Autodeclaração), em novembro de 2010, pela Fundação Cultural Palmares. A luta ainda não para, pois a Certificação é um primeiro passo.

Hoje, a comunidade encontra-se lutando incessantemente para que o INCRA cumpra seu papel e realize o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do Quilombo do Alto do Tororó, garantindo assim um subsídio importante para a garantia do direito as suas terras.


Apoie essa luta e assine essa petição!


Mocambo Akomabu    Contactar o autor da petição